05 set A verdade sobre emagrecimento e o uso de medicações para obesidade
Tomei remédio e emagreci, mas quando parei, voltei a engordar. Quem nunca disse essa frase que atire a primeira pedra. Em uma consulta para obesidade, sempre perguntamos o histórico dos pacientes e sempre escutamos um “o tratamento X não adiantou nada, porque quando parei engordei tudo de novo”. Mas podemos te contar uma coisa? Essa afirmação apenas confirma que o tratamento funcionava… enquanto era usado! Neste artigo, vamos explorar a verdade por trás do uso de medicações para obesidade, desvendando os mitos e destacando a importância do tratamento contínuo.
A obesidade como uma doença crônica
A gente precisa entender que nenhum tratamento “cura” a obesidade, apenas a controla. E, por ser uma doença crônica, a obesidade necessita de tratamento crônico. Afinal, é necessário sempre lembrar que emagrecer não é um processo natural para o nosso corpo, ele sempre vai estar lá defendendo o peso máximo, aumentando a fome e reduzindo o gasto ao emagrecermos.
Medicações para obesidade: Uma solução viável
Usando essa lógica, se você usa uma medicação que reduz o apetite e, de repente, a para de usar, o apetite aumentará. Mas então você vai ter que usar a medicação para sempre?! Em muitos casos, sim, assim como se usa medicações para hipertensão, diabetes, colesterol, etc. Mas há situações em que o tratamento pode ser substituído. Mudanças de estilo de vida, por exemplo, podem, eventualmente, reduzir medicações.
O impacto da interrupção do tratamento
Mas na maioria das vezes o que ocorre é o oposto: as medicações são paradas quando as outras estratégias também diminuem, seja porque outros fatores colocaram o tratamento em segundo plano, ou seja porque a pessoa achou que “não precisava mais”. Para vocês terem uma ideia de como o impacto de parar um tratamento é grande, um recente estudo com a semaglutida 2,4mg por semana mostrou que, em um ano após a interrupção da medicação, a perda média de peso caiu de 15% para 5,6%.
A nova era das medicações para obesidade:
O que queremos deixar de reflexão final aqui é: estamos entrando numa nova era de medicamentos mais potentes para obesidade, com resultados que começam a se aproximar da cirurgia; no entanto, o impacto só existirá se entendermos que o tratamento, assim como a doença, deve ser crônico. Por isso, não use termos como “remédios para emagrecer” e sim “medicações para obesidade”, que devem ter um uso não apenas com objetivo estético, e sim focado em melhorar saúde e qualidade de vida.
Em resumo, o tratamento da obesidade com medicações é uma ferramenta valiosa, mas que requer comprometimento contínuo. Não existe uma solução rápida e definitiva para a obesidade, mas sim um tratamento crônico que pode melhorar significativamente a qualidade de vida. É hora de reconhecer a importância de manter o tratamento e abraçar as novas opções disponíveis para o controle da obesidade. Se você está lutando com o excesso de peso, lembre-se de que existe ajuda disponível, e a chave para o sucesso está em manter o compromisso com a sua saúde.